desespero...

desespero...
Aqui do outro lado tudo parece obscuro, mas eu ainda tenho esperancas de morrer...

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Contos oniricos, edição dia das bruxas.

What's my name


Pleased to meet you
Hope you guess my name, oh yeah
Ah, what's puzzling you
Is the nature of my game, oh yeah
Sympathy For The Devil, The Rolling Stones



 

O prostíbulo era o ultimo porto antes de Calecute, na índia, os marujos estavam cansados e mais do que mereciam relaxar.

A cafetina, Lhasa, era minha amiga a anos, havíamos nos conhecido no sul de paris, alguns anos antes da marinha me chamar para assumir o galeão "capitão do mato". Em uma noite de esbórnia no chalé do mar, como era conhecido o bordel, que tudo aconteceu.
Uma noite escura de fins de outubro, o mar revirava alto com fúria, e a escuridão era quase pegajosa, os marujos bebiam e cantavam no salão, lá fora todos os maus agouros uivavam noite adentro. Lembro me de comentar com Lhasa a respeito e ela dar de ombros e responder: " as vezes os espíritos caminhavam sobre a terra para rever seus velhos amigos e parentes, e, algumas dessas vezes, os demônios os acompanhavam". Me subiram calafrios como se enfrentasse o mar mais revolto já visto no cabo das tormentas.


A noite seguiu densa e arredia. Decidi não dormir e rever roda a segurança do "Capitão". Cada madeira, cada cravo, cada corda, cada um dos itens rangiam e gemiam alto como se chorassem. Todo o navio era uma sinfonia macabra que fazia os seguranças de guarda temerem por suas almas. Um deles devoto fiel de alguma religião antiga implorava para que zarpássemos o mais rápido possível, neguei seu pedido de imediato, ele fugiu como se o próprio Cerberus estivesse em seu encalço. Nunca mais o vi, aliás, nunca mais vi nenhum dos marujos, mau sabia eu que aquela seria nossa ultima noite.

Enquanto adormeci em meus aposentos, depois de pesadelos mórbidos, acordei com a gritaria. O que eu vi me arrepiou cada um dos pelos do corpo. Todo o bordel estava em chamas, tudo queimava como se houvesse algum combustível inflamável espalhado, dava pra sentir o calor do navio.
Corri como se minha própria vida dependesse daquilo. Minhas narinas se enchiam com o cheiro da carne queimada e meus ouvidos tiniam com gritos de horror daqueles que cozinharam vivos. Todo o lugar parecia um afresco de Doré para a divina comédia: corpos misturados as cinzas, mulheres correndo nuas enquanto arrancavam suas peles em chamas numa tentativa pífia de sobreviver, soldados choravam enquanto morriam lentamente queimados. Como uma ironia acendo um cigarro nas labaredas que davam em uma viga de madeira logo a minha frente. Lhasa estava em choque, havia se queimado, mas nada que a fizesse acordar do que parecia ser seu pior pesadelo.
Então todo o lugar começou a desabar, primeiro o telhado do segundo andar, logo após algumas vigas de sustentação, e por fim tudo veio a baixo. 

A minha frente uma meretriz morta sobre os escombros, dava a luz a sua cria que já nascera queimada, a criança, se é que se poderia chamar assim a criatura que saia daquele ventre pútrido, chorava por sua mãe que não poderia responder mais. Em meio a esse caos uma gargalhada emergia do meio dos escombros. Primeiro acreditei vir de algum marujo que em um acesso de loucura, vendo que morreria, começara a rir. Isso ate ver a silhueta demoníaca em meio as chamas ardentes. 
 Um ser, que deveria ter pelo menos 3,0 metros, com longos chifres e um tridente em mãos, se regozijava com o tormento em meio as chamas como se aquilo não o afetasse. E, como se não bastasse, começou a se dirigir em minha direção.

Por mais terrível que possa parecer mantive a mesma calma de quando, mais cedo, avaliava o galeão, o medo percorria toda a extensão do meu corpo, cada célula tremia, mas me mantive impávido. Com um sorriso sarcástico no rosto ele me chamou pelo nome e disse para acompanha-lo, por uma descida rente ao bordel que seguia margeando o mar. Imediatamente quando paramos acendi outro cigarro com o fogo que o demônio acendeu em um de seus dedos. 

_Pode parecer estranho mas sinto falta da maresia daqui_ disse o demonio com uma voz que me surpreendeu por aparentar mais humana do que esperava.

Vendo meu espanto ele sorriu:

_Afinal esperava que eu falasse a voz do inferno e você nunca mais dormisse? 

Ele se aproximou de mim e me pediu um cigarro, deu uma longa tragada e disse:

_Ótimo tabaco! A próxima vez que vier procurarei por ele. Então o que achas do meu divertimento?

Tremi de terror e respondi:

_Boa maneira de demonstrar força. Dei uma tragada mais forte e firmei o corpo.

_Todas as vezes em que preciso vir aqui isso é necessário. Claro que isso me é muito prazeroso, mas demanda muita energia e tempo, prefiro por meios mais sórdidos e eficazes. 

_O que fazes aqui afinal?_ criei coragem e perguntei.

_Procuro aquele que segue o caminho intrépido e a quem o medo é apenas uma lembrança de infância.

_Quem é você e o que quer?_perguntei.

_Eu sou aquele que carrega as más noticias a humanidade. Sou Mephisto, e você ira seguir o caminho do bravo, em caso contrario cederá aos caídos, esta é a palavra que vim lhe trazer.

Dizendo isso ele apagou o que restava do cigarro em sua própria mão e desapareceu para sempre. Terminei o meu próprio enquanto pensava naquilo que ele havia dito. Parti logo cedo na primeira fragata para Portugal. Desde então todos os anos no fim de outubro, quando as noites se tornam mais negras que o habitual, me recolho para o mar sozinho e enfrento todos os meus medos e todos os espectros do passado, pois o caminho do bravo só se conquista a unha. 



P.s.: como todos os contos da serie este também foi inspirado por um sonho, neste caso um pesadelo, que ate hoje ainda me faz tremer. Nós falamos e vemos filmes sobre demônios e pessoas pegando fogo a todo tempo, com naturalidade, mas quando sentimos o cheiro da carne queimada é aterrorizador. As vezes acho que meus sonhos são realistas demais, e possuem algumas coisas que eu nunca vivenciei, como os gritos de socorro e o cheiro de madeira velha queimando misturado ao de carne humana assada, enfim, isso são coisas para se conversar com um psicanalista. 
P.s.2: como sempre o conto foi escrito para ser lido acompanhado da musica.

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Serie Contos Oniricos...

2 Ato: Passchendaele

A lama pesava sob meus pés, o frio fuzil tilintava em minhas mãos, a minha frente os cadáveres jaziam sobre o lago de sangue. O medo consumia a todos nós, mas os mas jovens se apavoravam. 

Só o cheiro da morte reinava, alem, a algumas milhas, os sons dos canhões, metralhadoras e da anacrónica tempestade. A gélida chuva molhava o uniforme, e lavava nossos espíritos.

O que havia sobrado de nossas almas cai ao primeiro morteiro, então desperto pra batalha. A minha frente uma trincheira coberta por mortos, vários rostos conhecidos, vários rostos jovens, inchados pela morte precoce, pútridos. Mas não há tempo para chorar os mortos. As balas correm feito o  sangue em minhas veias, minha respiração é densa, pesada, mas meus passos largos, firmes, decididos, se irei morrer hoje, morrerei com honra! 

Avanço pesadamente por sobre as trincheiras e mortos, a guerra é dura eu sei, não há o que fazer por eles mais, sem lamentações. Os primeiros tiros do fuzil o aquecem, cuspindo projéteis destinados. O primeiro cai, não pretendo contar quantos se vão depois, uma torrente de sangue por todo o campo entorpece a crua chuva que bate violentamente. 

Suado, cansado, encharcado, chorando por debaixo do capacete, cheio de lama. Esse foi o meu fim, assim eu recebi a morte, com minhas botas e de fuzil em riste, sem deixar de lutar. Conte aos meus filhos, e aos filhos de seus filhos, que o pai deles morreu com a mais alta honra merecida: lutando!

Este é o meu legado e minha sina...



P.S.: Após descobrir que a letra desta musica se tratava de uma história sobra a batalha de Passchendaele, resolvi pesquisar, foram quase 860.000 vitimas, um absurdo mesmo para aquela época, depois de umas 5 horas pesquisando na Internet acabei cochilando e o resultado foi esse, um baita dum pesadelo tão realista que me deu calafrios quando acordei, vocês não sabem o que é sentir até o peso do capacete, que eu nunca nem vi de perto, é aterrorizador, como toda guerra é...

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Para Minha Linda, com Amor...

Apenas a Chuva...



Por anos a fio pensei que a chuva fosse triste
Que fossem os deuses chorando a fria solidão da eternidade
Lagrimas doídas de um sofrimento longínquo
Mas a felicidade também traz lagrimas

A alegria de estar apaixonado pelas estrelas
Essas são as lagrimas do céu
O rejubilo de amar eternamente
E de ser correspondido

Quem é aquela garota sorridente que passa?
Por que ela é tão feliz?
Quem seria aquele distinto senhor?
Que com olhos rasos d‘água sorri?

Por que a languidez da garota transforma a vida do rapaz?
Por que o simples sorriso os fazem bem?
Por causa do amor, oras!

Se algum dia se unissem todos os idiomas
Se algum dia todas as culturas se tornassem uma
Ainda assim não haveria palavras para descrever isso
Não haveria culto que explicasse
Não haveria ritual que o suprimisse
Nem mau que o subjugasse
Nada seria capaz de descrever o quão idílico esse sentimento é

Somente o céu entenderia
Somente as estrelas sorririam
Somente os apaixonados o carregariam a tiracolo

E é por isso que choram
Lagrimas de alegria
Ambos: céu e rapaz entendem
O que somente as estrelas e a garota sentem

E nada no universo pode suprimi-los
Nada na eternidade pode fazê-los parar
O que somente os quatro entendem como: Amor...



terça-feira, 2 de outubro de 2012

Série: Contos Oniricos

1 Ato - O alfaiate


Havia, em uma cidade grande, um alfaiate pouco conhecido. Ele era um velho senhor que tinha ficado famoso por suas produções incomuns. O velho Joe, como eles o chamavam, costurava vestimentas vivas, que se alimentavam de sentimentos. Algo certamente incomum, e obviamente difícil de acreditar.

Em um longo dia chuvoso decidi colocar a prova tal história. Esperei até o anoitecer para ir ao endereço conseguido a duras penas. Era uma pequena loja escondida em uma rua pouco conveniente, de difícil acesso em um bairro normalmente residencial. Ao chegar reparo que as luzes estavam acesas mas não havia ninguém aparentemente, foi quando o mais estranho ocorreu. De dentro da loja ouvi o velho senhor chamar pelo meu nome, com uma voz calma e compassada que só os idosos conseguem fazer. Nós conversamos longamente sobre o tempo e todo o resto de coisas inúteis, das quais se diz quando não se tem nada a dizer, ate ele me conduzir a parte aonde as roupas estavam. 

Primeiro me mandou tirar as minhas vestes, aquelas que estava agora, não entendi e questionei, ele só me apontou o espelho. De repente eu vestia roupas que eram muito maiores do que o meu tamanho, exageradamente maiores. "Eis ai a prova que você queria. Tuas vestes já estiveram aqui. Eu mesmo as fiz." disse o velho me rodeando e dando uma olhada no que elas haviam se tornado. Tentei retirar e não consegui, era como se uma força muito grande impedisse, velho Joe veio ao meu auxilio. Enquanto as vestes eram retiradas eu sentia como se retirasse minha própria pele, doeu a cada movimento, e quando me olhei no espelho eu vi aqueles tentáculos grudados em minha carne firmemente. "Essas são as vestes da ANGUSTIA, quando as vestiu pela primeira vez quase não coube em você rapaz.". Foi quando parei para pensar em quanto a angustia me alimentava nos últimos tempos, o quanto precisava dela, o quanto sentia prazer em possuí-la. As vestes haviam se alimentado tanto, e por tanto tempo, que se tornaram monstros simbiontes a minha existência. quando finalmente as retirei senti o maior alivio de toda a minha existência, o peso, a dor e todo o resto se foram. A vestes tinham uma cor cinza esverdeada, quase como a poluição, e estavam rotas, com uma palavra escrita em negrito nas costas: "DESESPERO". Gostei tanto da sensação de tirá-la que sai a vontade pelo atelier a procura de outras.

Logo de cara uma me chamou a atenção, um grande blazer negro como a morte, emanando um sentimento forte. Quando me aproximei levei um susto, na costura inferior havia uma etiqueta com meu nome, descrição e época. "Você usou este por muito tempo, vinha sempre para ajustar porque crescia muito rápido", "Esse blazer se alimenta de que, nobre senhor?", perguntei inocentemente, "De Ódio", disse o velho naturalmente. Então me lembrava que havia alimentado meus pesadelos com todo o ódio do mundo, pois assim eles frutificavam mais rápido, e a vida parecia menos difícil.Logo após uma segunda vestimenta me chamou a atenção. Era um casaco feito de ferro fundido, meio oxidado pelo tempo, mas ainda possuía aquela impressão pesada própria do metal. No casaco havia vários espinhos longos, tanto na parte externa, quanto na parte interna, quase como uma donzela de ferro, antigo instrumento de tortura. Nele estava soldado na parte traseira a palavra "FORÇA", quase como um grito de morte, assim como também possuía uma etiqueta com meu nome, então tive questionar ao velho: "E esta daqui, se alimenta de que?", foi quando ouvi a resposta que me pareceu mais certeira: "De Dor, meu jovem...de dor...".

Percorri noite adentro o atelier do velho Joe a procura de algo que, pelo menos, não tivesse uma etiqueta com meu nome, encontrando apenas duas: uma batina escura como a noite, com peças brilhantes como estrelas e um velho sobretudo bege, muito comum. "A batina se alimenta de Sonhos. É única, sem precedentes e a mais pesada de todas as vestimentas aqui, ninguém nunca conseguiu ergue-la para utilizar.", resolvi então que era uma questão de honra, peguei ela do cabide e logo após ela caiu no chão, e independente da força que fizesse não aparentava que iria mover. a duras penas consegui colocá-la de volta ao cabide. o que me custou minha coluna. Então só me restou o sobretudo. Quando finalmente vesti me senti como se sempre tivesse usado, e ficou tão bem que parecia que havia sido feita para mim. O velho se ergueu da cadeira e disse: "Este é o sobretudo do Sarcasmo. Ele nasceu para você assim como você nasceu para ele. Use o!". Me senti tão eufórico que sai as pressas sem pagar, quando sai pela porta acordei. 

Estava deitado numa esquina, na parede, aonde estava sendo a intimado a me retirar. estranhamente vestia o sobretudo bege do meu sonho. Do bolso interno retiro um maço de cigarros quase cheio, enquanto um chato grita que ali não era o meu lugar. Acendo calmamente meu cigarro e digo: "e por algum acaso o Sr. paga meu aluguel?", o velho quase urrou de fúria. Só me lembro de sair e pensar: "Quase consigo levantar o outro, ainda carrego ele para casa." e neste momento a batina do Sonho flutuava em sua estante...




sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Serie contos, parte II...


Presente...


E então eis que hoje os "rebeldes" se tornaram em "politicamente corretos", e o que é contrario a isso é atrasado. Pois eu digo : "Politicamente correto é o caralho!". Quando que rebeldia significou o mesmo que correto, só pra começo de conversa? Um exemplo claro disso é o bom e velho rock'n roll. Aonde foi parar toda a ânsia em mudar o mundo com a musica, as vestimentas desleixadas e a vida livre de amarras. Desde a década de 60 rock, musica, e rebeldia, política, andam de mãos dadas. Mas eu digo mais : desde sempre. Rock envolve não só esta concepção de musica para "loucos", mas tudo isso já dito e mais um pouco. O que não se entende hoje é isso! A vida não é a MTV! Não é a malhação! Vocês, assim como eu, sabem que a vida esta mais para tropa de elite, do que para eclipse! Então acordai céleres mortos vivos, e vejam que o mundo não é somente seus umbigos. Mas isso é que é o presente, aquilo que é agora, nunca se sabe se está certo, a não ser que aprendamos com o passado...

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Ela nunca mente...



Ouvindo uma musica hoje me lembrei de dias em que não se tem nada a fazer alem de
beber, trepar e fazer bagunça, a musica alta, o som do gelo do wisque batendo nas laterais
dos copos alheios, alguns gritinhos de mulher, alguem estava fazendo uma suruba. Nós
cinco bebiamos cachaça pura enquanto davamos uns "tiros" e falavamos sobre Kant,
Kierkegaard, Focoau, Socrates, Russeau, Nietszche. A vida parecia menos rapida e
tensa... ou não. Não espero que esses dias voltem, mas por que somos obrigados a seguir
os passos de nossos pais? Por que viver como os velhos loucos?

 
Cara como alguem pode acreditar em Sartre? Um puta maluco sem senso de verdade. Derrepente alguem se exalta, uma voz alta é ouvida no corredor, alguem fumou uma "criptonita" e resolveu descontar nos vidros da porta, a policia é chamada. pena que os policiais são nossos conhecidos, seria divertido discutir Sartre com eles tambem... acho que minha mente não esta funcionando mais, de ve ser o alcool, ou seria o disturbio, não sei mais. Enquanto isso eu tomava meu café quente e pensava no porque disso tudo, como a vida é estranha aos olhos daqueles que viram o que eu vi. Como um peixe de aguas profundas, que resolve nadar na agua rasa, pode voltar as aguas profundas, tão quietas e sinistras?

 
A festa continuou até de manhã, com suas devidas pausas é óbvio, as quatro já não sabíamos se éramos capitalistas de direita, duros, ou se éramos anarquistas altruístas, se o existencialismo de Nietszche, ou o niilismo de Schopenhauer, ou o negativismo de Sartre, levou ou não a terceira guerra mundial, ou seja lá que guerra for. No fim somente o álcool, o pó, o ácido, e outros permeavam as discussões, e todas se abraçavam como velhas amigas, interagindo maravilhosamente dentro de nós mesmos. Foi ai que tudo ocorreu. Havia uma garota mais saidinha tirando a roupa em cima da mesa, eu estava sentado tomando meu whisque barato com algumas pedras de gelo, Bukowski estava a minha frente filosofando sobre a fumaça de seu cigarro e Burroughs acabara de chegar com sua barbichinha característica me chamando de patrão. “E ae patrão e o esquema ainda ta de pé?”. Dou uma longa tragada e penso por alguns minutos antes de responder: “Vamu nessa!”. Era o que todos três estavam esperando. Terminei meu whisque, apaguei meu tabaco e saímos os três chapados noite adentro em busca de confusão, era certo : a noite apenas havia começado...

Feelings...




Então, de repente, toda a languidez
De todos os mundos
Transforma-se em amor
E todos se calam para ouvir
O sutil grito da borboleta


E os anjos se intimidam
Perante tamanha grandeza
Assim como os demônios tremem
Perante tamanho sentimento


E deuses e deusas choram
Simplesmente por não poderem
Sentir tal florescer
Que engrandece aqueles de puro coração



E toda a criação se engrandece
Somente por fazer parte de tal poder
A alegria brota como uma fonte
Cálida e reconfortante



E a dor, solitária,
Já não sabe o que sentir
Assim como o medo, entristecido,
Se sente fugidio...


De repente tudo o que sinto
Se torna uno com o universo
E todo o passado ardiloso
É passado para trás, como um mau perdedor...


E no fim tudo se fecha perante a força das palavras :
P.S.: eu te amo...

domingo, 18 de março de 2012

Serie contos....

Irei postar para as proximas semanas todos os contos que foram lançados na comunidade do Orkut, Politecnia Escosessa, já que a pagina supracitada tende a não ter mais acessos para daqui a alguns anos. No blog eu não perco meus textos, afinal sou eu quem dá as cartas por aqui...

sábado, 28 de janeiro de 2012

Momentos...



Quando nada faz sentido
Por que tenho saudade de você?
Quais as possibilidades de isso acontecer?
Sempre são nulas
Mas não para mim...



O que trás a vida a fim?
As verdades ou as falsas mentiras?
Parece a mim que o mesmo álcool que entorpece
leva a conclusões desesperadas



Ontem eu te vi em meu coração
e mesmo assim estava só...
Por que tirar sonhos de seus cabelos
Só é possível agora?
É como se os deuses quisessem assim...



Afinal quem consegue suplicar ao senhor com orações?
Quem está a altura de encontrar a verdade?
Como sorrir com o fim do filme sendo o começo?
Que graça há no alvo branco puritano?



A dor que me afeta agora é conhecida
Assim como ao crime há o castigo,
Assim como o carro funerário vermelho siena,
Assim como o fim Dantesco das filosofias existencialistas.
Imagino se somente a mim é tão dura apesar de tudo...



Tudo que podemos fazer é celebrar
O fim como o começo
Pois não passamos de ignorantes demagógicos
Esperando a eterna luz no fim do túnel...  




segunda-feira, 13 de junho de 2011





Silêncio..


Uma gota d'agua...

Uma mosca...

o ventooo....







Um estrondo, o ranger das portas...

Um suspiro, é na verdade uma explosão...



Pedaços rasgados de papel são testamentos...

A solidão em meio a multidão de ninguens...







Um ranger de dentes...

Um gemido...

O tempooo...







Uma silenciosa maquina de escerver...

Escreve meu futuro sem pudor nem escrupulos...



A noite como refugio, o silencio do escuro...

A chuva batendo na janela é a musica do sonhar...







A Insônia...

A Morte...

O sofrimentooo...







A brasa do cigarro, uma fogueira...

O gelo no wisque, um iceberg...



A maquina da mente subverte pensamentos em leras...

E ainda assim o papel continua em branco...







O silencio e a solidão são apenas uma questão de pontos de vista, depende de que lado de você mesmo, você está . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .




P.s.: A musica tambem é uma dica...

sexta-feira, 18 de março de 2011

Luz da lua...




Luz noturna do satélite distante
Luz quase morta por ela mesma
Pálida como o colo de marmore
Que eu estanparei em meus findouros dias


Por que tanto me excitas?
Por que me faz clamar por tão ardiloso fim?
Será somente por companhia?
Ou por um sóbrio pensamento solitário?



Desejo, a cada dia de lua cheia,
Que o mais roto coração perdido
Encontre um fim melhor que o meu
Pois me entrego a minha sina


OLHAI mortais!
Eis a vida e a morte em comunhão única!
Eis o amor e o ódio copulando!
ACORDAI acéfalos!
Eis diante de ti teu maior clamor
Aos beijos com sua maior dor!

SOFRAM aos prantos!
Aqueles que ainda tenham esperanças
Pois a maior alegria é também a maior desgraça
E apenas na luz da lua encontrarão paz.
Apenas no frio da noite, calor.
Apenas no silencio do escuro, acalento. 
Somente assim saberão o que sou,
Porque sou
E como me alegro
Apenas
Com
a
luz
da
lua



Leia ao som da musica de preferência, foi nela que me inspirei...

quinta-feira, 10 de março de 2011

Noite escura, solidão esfumaçada


Meia noite, escura, densa pela fumaça do excesso de cigarros. O unico sentimento presente é a tristeza, não a tristeza depressiva, a tristeza "blue" assim como um bom blues do mississipi, com bourbon, solitário...


Tento me entregar a razão

Mas a loucura clama por mim

Tento levar a vida

Como um bom malandro

Mas a vida é que me leva




Rio a baixo

Tempo a frente

Bem para o fundo do poço

Lentamente...




Começo a sentir

Os primeiros efeitos

Do veneno

A vida deixada de lado

Assim como um saco de lixo




Me sinto pior do que o saco

Pior do que o lixo, eu diria

Menor do que cinco graus

Menos do que nada




O poeta maldito

Maldito!

Perseguido

pela própria criação




Como o angelical

Augusto, o dos anjos,

Morto pela negra tuberculose

Carregado pelo mesmo verme

que venerou

com afinco...


Tristeza não é a cruz, a cruz é a solida solidão triste...


Diego G. de O. Rodrigues

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

triste fim de uma vida malograda...

Hoje, eu sei o tanto que eu sofri, mas não teria coragem de admitir que sofri calado por você. Isso me transformou, me tornou mais forte, mas me deixou um grande buraco existencial, uma tristeza sem fim, um sofrimento calado, que lentamente me leva a morte...
Fico feliz que esteja bem, mas gostaria que a sua felicidade estivesse ao meu lado, isso me transtorna, me entristece, mas me tranquiliza saber que você não sofre, nem sofreu, o mesmo tanto que eu...



você pode me dizer o que pensa
você pode me ouvir gritando ao seu lado?
eu não posso cuidar de você mais...
toda vez que você passa eu choro
toda vez que eu te vejo eu sofro
tudo isso dentro de mim
você consegue imaginar?
ouça o que o rio diz
mova-se como nunca
mas eu nunca te esquecerei
porque para mim você é eterna...
você sempre será minha ultima garotinha...

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

when the music's over, turn off the lights...

E quando tudo acabar?



E, se no fim formos só materia?
se você, que se acha esperto, morresse?
e tudo voltasse ao comum sem nada de extraordinario?
Aí sim eu estaria em paz...
mas nada faria sentido_
diriam os idiotas.
e eu com um sorriso nos labios diria:
Agora sim as coisas fazem sentido!
Porque então viver?
por que fazer acontecer a vida?
porque dai nasceria os verdadeiros sábios
aqueles, que como eu,
almejam ao pessimismo
do fundo de um pensamento iluminado.
Por isso divirta-se!
crie
invente
des
in
ven
te
se iluda
pois é isso que é a verdade!
Somente no caminho do errante
se encontra o caminho errado,
porem, pelo caminho errante
se descobre o que há de certo no mundo...

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

É o fim...






Para uma garota muito especial






Ó doce beleza inóspita

por que não me queres mais?

por que trossas de mim?





Minha saudade de ti

é meu único elo com o real

é minha ultima esperança

de que tudo é apenas uma mentira




Mentira!

És aquilo que desejas ser;

Tens aquilo que desejas ter:

mas a mim só sobra a saudade




Saudosa,dolorida e mortal

a saudade é:

pior do que a fria esperança

pior do que a doce morte

melhor do que a dura solidão




Mas apesar de tudo

ainda te quero e te amo

como se fosse a primeira vez

como se fosse a ultima...


O atoa que escreveu isso tudo

Minha foto
Tombstone city, Depois do fim do inferno, Antarctica
como vc já deve saber eu sou o cara mais atoa que eu conheço, logo eu tive q inventar alguma coisa pra passar o tempo, ai fiz essa merda, quem gostar bem, quem não gostar vai se fuder!